domingo, 24 de junho de 2012

Um verdadeiro príncipe.

Num lugar longe daqui , onde eu costumava ir passar férias , vi um menino. Era pequeno , loiro e tinha olhos azuis. Com um ar triste , um olhar triste , roupa suja. O menino parecia magoado , e quando eu me aproximei dele , ficou com um olhar fixado em mim. Olhei para ele e parecia pedir-me ajuda. Não sabia o que fazer. Cheguei perto dele e perguntei o seu nome. E o pequeno ficou confuso. Disse-me que não sabia como se chamava , achei tão estranho. Aparentava ter perto de uns 7 / 8 anos. O que mais me chocou foi o seu olhar fixante. O olhar magoado de uma pobre criança. Passado uns minutos , estava ele sentado num banco de jardim e com um respiro bem fundo ele adormeceu. No ano seguinte , fui para o mesmo lugar. E quem lá estava ? O pobre pequenino.
" - Então , como estás ? Ainda te lembras de mim ? "
( Ele ficou com o mesmo olhar , com um olhar de quem ainda se lembrava de mim , assim ficou durante uns 5 minutos. )
" - Desculpa , eu não te conheço , vou-me embora ! "
Foi incrível como as suas pequenas palavras me magoaram. Eu apenas queria o bem do menino , queria que o olhar dele foi de alguém feliz , queria vê-lo sorrir.
Todos os dias , eu passava por lá , e ele nunca aparecia... Calculei logo , que algo se tivesse passado.

(...)

Página Jornal De Notícias ( 24 de Junho de 2012 )

" Uma criança com um aspecto sujo e pobre foi encontrado sem vida debaixo de uma ponte. Tinha cerca dos seus 7 anos , era pequeno , era loiro e tinha olhos azuis. Um homem que passava por ele todos os dias disse isto ao jornal : " A pobre criança reacusava-se a sair dali. Algo o prendia e o fazia ficar lá , passar noites e noites ali sentado. Ele não falava com ninguém. Lembro-me apenas falou com uma menina , e pelo que sei apenas lhe disse que não sabia quem era. "


Quando o meu pai me mostrou a noticia , eu nem queria acreditar. Fiquei boquiaberta a olhar para aquela página de jornal. Fui a correr para o meu quarto , tranquei-me lá.. Não queria falar com ninguém.
( assim o foi durante uma semana. )

" - Mariana ? Anda aqui ! " ( chamou o meu pai. )
" - Estou aqui , diz.." 
" - Estes senhores querem falar contigo ! "

Eram os policias que tinham recolhido o corpo do menino. Os que estavam entregues do caso. Vieram a minha casa e interrogaram-me...

" - Já me esquecia (...) O menino deixou um bilhete para si." - Disse o agente. ( com o bilhete na mão )

" Mariana , desculpa. Eu sei que só querias o meu bem , mas foi o melhor. Eu vou-te contar o porque do meu olhar triste. Eu sou orfão de pai. Vivo com a minha mãe , e ela passava sempre por ali para me ir buscar. Mas naquele dia não passou , então fiquei ali noites e dias a fio. Vim a saber que ela tinha morrido no trabalho. Não aguentei , e tive de ir para junto dela.. E agora , quando as lágrimas estiverem a cair , lembra-te que eu estou num lugar melhor. Gosto muito de ti , princesinha. :c

Até já ! "

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